sábado, 18 de julho de 2015

Metáfora

Arte de Safira Saldanha
Metáfora
  
“Metáfora que nunca se desvenda...”
É este amor que vibra em meu peito,
Que faz com que te sinta minha prenda, 
No linho imaculado do meu leito.

  
Inexplicável é este meu desejo,
Que treme minha carne ao te pensar.
Que ferve o sangue quando te antevejo, 
Com os lábios a sorrir e sussurrar.
 
Estranha é esta saudade que me doma,
Que faz descarrilar o coração;
Que faz quase meu ser entrar em coma. 
Na fábrica da imaginação.

  
Sobreviveu ao tempo e, assim, resiste,
Impregnado em mim por toda parte,
O teu sabor e cheiro sempre em riste, 
Na minha alma feito obra de arte.
  
Edith Lobato – 25/04/15
 

terça-feira, 14 de julho de 2015

Sardade de ti

Arte de Safira Saldanha
Sardade de ti 
 
Lá, no meio do matu,
Iscuto o chiado da chuva,
O zuar do vento no óio da parmeira.
 
O riacho fala
Na água que iscorre
E vai lembendo as pedras.
 

Lá, o canto da inhabú
É o incanto da tarde.
 
O sór mistura as tinta
Sarpicando o céu de cor,
Ofuscando meus zóio.
 
Tudo ispirra sardade.
Sardade do amor!
Sardade tua!
 
E quando a noite se apruma
E buia a lua no céu,
Me alembro de ti
Ali, no meio do matu.
 
Entonce, meu peito trava,
Fazendo nascer cahuera nos zói,
Rebentano minha alma.
 
Edith Lobato – 19/05/15