terça-feira, 14 de julho de 2015

Sardade de ti

Arte de Safira Saldanha
Sardade de ti 
 
Lá, no meio do matu,
Iscuto o chiado da chuva,
O zuar do vento no óio da parmeira.
 
O riacho fala
Na água que iscorre
E vai lembendo as pedras.
 

Lá, o canto da inhabú
É o incanto da tarde.
 
O sór mistura as tinta
Sarpicando o céu de cor,
Ofuscando meus zóio.
 
Tudo ispirra sardade.
Sardade do amor!
Sardade tua!
 
E quando a noite se apruma
E buia a lua no céu,
Me alembro de ti
Ali, no meio do matu.
 
Entonce, meu peito trava,
Fazendo nascer cahuera nos zói,
Rebentano minha alma.
 
Edith Lobato – 19/05/15

2 comentários:

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